No Divã da Depilação: O SEXO FRÁGIL

Os homens sempre lideraram o mercado de trabalho, sempre se destacaram  nas profissões e eram considerados os "caçadores", o sexo forte, o  viril.

Quando resolvi me tornar depiladora profissional tomei uma decisão importante: Vou atender ambos os sexos. Claro que minha coragem em atender homens era menor que meu entusiamo, mas já que eu queria me tornar uma Depiladora de Sucesso deveria encarar o desafio. Lendo a respeito pude perceber o quanto o mercado masculino da beleza estava crescendo, o quanto os homens estão se tornando vaidosos, com corpos mais definidos e sem pêlos. Depois de pesquisas , estudos, videos, teoricamente eu estava pronta, agora era só começar, por a mão na massa. 

Davi foi meu primeiro cliente homem, ele me ligou para perguntar sobre a depilação masculina, senti um  frio na barriga, mas agi com naturalidade e firmeza.
- Você faz depilação em homens? Perguntou ele.
- Sim. Respondi.
Eu  sempre pergunto aos Clientes qual parte do corpo eles querem Depilar, assim fica mais fácil, já programo o tempo de atendimento e já passo o valor. Fiquei aliviada quando Davi  disse que queria depilar apenas o peito. Ufa! Marcamos o horário e pronto, era só esperar.
Davi chegou cinco minutos antes, logo  fui recebe-lo. Um Deus grego, moreno, musculoso, homens daqueles de tirar o fôlego. Entramos e pedi para que ele tirasse a camisa e deitasse na maca, enquanto ele se acomodava na maca fui esquentar a cera e ajeitar os instrumentos que iria utilizar.
Comecei a perguntar para ele se já havia depilado antes, se já conhecia o método da cera quente. Davi disse que não, que apenas utilizada uma maquininha para aparar os pêlos. Até que ele não tinha muitos pêlos, eles estavam grandes mas em pouca quantidade. Davi foi me contando que é estudante de Educação física e que apesar de ter poucos pêlos , isso o incomodava nas atividades, suava bastante e as vezes tinha que ficar sem camisa.  Expliquei  um pouco de como seria o procedimento, que a cera que uso é de chocolate, anti-alérgica, mas que ele iria sentir uma "puxãozinho ".
- Está preparado. Perguntei. 
- A gente nunca está né. respondeu Davi. Mas vamos lá.
Assim que a cera ficou pronta e ele já estava pronto também avisei que iria começar.
- Vai com calma e devagar. Sussurrou ele já suado.
- Vou tentar. Respondi. Minha puxada deve ser firme e rápida para não ter erro, ma tentarei ir com calma.
A cera quente arrepiou seu corpo e ele suava.
- Nossa  a cera está quente. Disse ele.
- Sim , ela é quente. Respondi. Mas não o suficiente para causar queimadura, apenas para abrir os poros a facilitar a retirada dos pêlos.
Apliquei o papel sobre a cera e : VAPT! um puxão firme e preciso.
Dentro da sala ouve-se um grito:
- UAU! como dói.
Busquei acalma-lo e perguntei se poderia continuar, se dava pra ele aguentar.
- Não, eu não vou aguentar, pode parar. Disse Davi suando.
Novamente tentei acalma-lo, mas sem sucesso. Davi levantou , pagou a sessão e foi embora, assim, com uma faixa depilada e o restante do corpo com pêlo.
Fiquei chateado por não conseguir completar o serviço, uma tarefa não cumprida dá a sensação de fracasso, de que poderia ter feito algo a mais por ele.
Depois refletindo sobre a situação: aquele Deus grego moreno, musculoso, mas com uma fragilidade imensa.
Para minha surpresa uns dois meses se passaram e Davi apareceu para terminarmos o procedimento. Desta vez ele aguentou firme e está depilando comigo até hoje, FIRME E FORTE.

Gostaram da história!